quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Impossivel

 Ele, o ser de roupas pretas e cabelos cristalinos, andava na multidão sem ser notado. “Ela está correndo”.
Era verdade o que ele pensava.
Ela, de longos cabelos castanhos e com a roupa social, fazia o barulho de seus sapatos ecoarem pela rua vazia. “Estou sozinha”. Foi o que ela pensou, mas estava errada.
Ela parou de andar. O barulho de seus sapatos finalmente acabou, fazendo com que o mundo a sua volta fosse percebido por aqueles belos olhos castanhos.
Muitas pessoas andavam pela rua naquela manhã, apressadas e, de alguma forma, nenhuma delas esbarrava nela, como se não existisse.
Foi então que viu aquele ser de cabelos cristalinos. Seus olhos, automaticamente, se arregalaram. Ele nunca iria imaginar que uma humana pudesse nota-lo ali e, totalmente distraído, mantinha o olhar calmo fixado nela.
-Impossivel! – Disseram os dois juntos ao perceberem a existência real um do outro.
A garota começou a se interrogar sobre não se lembrar de ter ido dormir, pois só poderia estar num sonho. Um dos melhores, em sua opinião. Só num sonho uma criatura tão linda como aquela poderia estar a observando daquela forma.
Ele arregalou os olhos quando, finalmente, notou que a garota conseguia o enxergar. Ele, um Deus da Morte, sendo observado por uma simples e bela humana.
-Você consegue me ver? – A interrogalogo após se aproximar dela numa velocidade sobre-humana.
-É claro. – Ela murmura num tom de incerteza – Por que eu não estaria te vendo? – Então nota que algumas pessoas a encaravam.
-Porque elas não podem. – Ele fixa seus belos orbes azuis no horizonte e pula em direção a ele, deixando para trás uma voz suave – Adeus.
-Não! – Ela grita, e se vê num circulo, feito por pessoas que a encaravam, algumas num tom irônico, outras assustadas.
Ela suspira fundo pois sabia que o que acabara de presenciar não era normal. Estaria ela louca? De jeito nenhum. O que havia acabado de acontecer era, sem sombra de duvida, real. E seria uma lembrança que ela guardaria pelo resto da vida, junto com a duvida do porquê dele nunca ter voltado.