quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nova historia 3

Capitulo Três: O que são vocês?
Já era de se esperar que Natalia acordaria naquela cama estranha, novamente. Mas, mesmo assim, ela se irritou com isso. Só queria saber de voltar para casa e ver sua família, seus amigos... A lembrança deles, a cada segundo que passava, era mais confortante e, ainda assim, mais distante.
A garota se revirou pela cama e encontrou um bilhete: Ao acordar, desça as escadas e vire a direita. Estamos a sua espera.
“Eles vão me comer.” Pensou, ainda com a idéia de eles serem aliens.
Natalia, vendo que não tinha o que fazer, suspirou e levantou. Abriu o guarda-roupa e a coisa que mais chegou perto de lhe agradar foi um vestido vinho. O vestiu e seguiu as instruções do bilhete que encontrara a pouco.
Desceu as escadas e, quando virou a direita, seu coração quase saiu por sua boca. Havia uma mesa enorme, de tamanho proporcional ao cômodo em que se encontrava. Se sentiu num daqueles filmes de realeza, em que comiam em mesas do tamanho de sua casa.
-Estávamos a sua espera. – Disse o homem do bigode.
Natalia o observou servir o café da manha. Estava com fome, isso era fato. Ela logo sentou-se a mesa e começou sua refeição. Antes que pudesse terminar, uma mulher, alta e de cabelos loiros, sentou a alguns centímetros dela e a encarava.
-O que acontece? – Disse, demonstrando irritação.
-Não é nada. – Ela parecia deslumbrada – É só você, aqui.
Ela ignorou temporariamente o comentário da mulher, voltando a tomar seu café.
Ao termino da refeição, encarou a mulher e disse:
-O que vocês pretendem fazer comigo? – Seus olhos estavam cheios de seriedade.
A mulher, por alguns segundos, a encarou com duvida e, em seguida, começou a rir. Natalia engoliu a seco e manteve-se encarando a mulher a sua frente.
-Desculpe por debochar da sua seriedade dessa forma! – Disse a mulher enquanto se concentrava para parar de rir – É que você disse isso duma forma tão convincente!
-É porque ela realmente pensa que vamos fazer alguma coisa com ela. – Blair senta-se a mesa seguida
 por Laura – E bom dia.
-Bom dia. – Respondeu a mulher. Natalia ainda estava seria.
-Coloca na sua cabeça que eu ou ninguém daqui vai fazer alguma coisa ruim com você. – Ela parecia um pouco irritava – Essa é a sua casa, acostume-se a isso logo.
O coração de Natalia acelerou.
-Não precisa ter medo, ou pressa. – A mulher, que finalmente parou de rir, segurou a mão de Natalia – Nós vamos cuidar de voc... – Ela fora interrompida pela garota.
-Eu não quero que vocês cuidem de mim! Essa não é minha casa e vocês não são a minha família! – Ela fica de pé – Me levem de volta para minha casa agora! – Ordena, e espera por alguma reação de umas das mulheres. Todas ficaram a encarando, perplexas.
Natalia não acreditou no que via. Teria que fugir dali sozinha? Seria difícil, mas era o único jeito. Ela, então, deu alguns passos para trás, devagar, e depois saiu correndo para fora da mansão.
Depois de correr em círculos pelo lugar, que era bem maior do que ela tinha imaginado, encontrou o que pensou ser a saída. Foi em sua direção mas, antes que pudesse abrir a porta, alguma coisa a fez parar.
Não ela mesma, obvio. Uma força alem. Não sabia explicar o que era aquilo, só sabia que era uma daquelas garotas a impedindo de fugir dali.
-Me soltem! – Berrou.
-Você quer mesmo sair? – A mulher que a encarara na cozinha agora estava parada ao seu lado – Não me importo, você não pode. Lá fora tem coisas demais para essa sua cabecinha de terrestre.
Natalia não conseguia e nem poderia acreditar de primeira no que via diante dela. Aquela mulher, que tinha uma expressão acolhedora, agora estava tão aterrorizante que ela mal conseguia pensar.
A respiração dela foi acelerando, mais e mais conforme os segundos se passavam e aquele ser a encarava.
-Está com medo? – Os cabelos, antes loiros, agora estavam negros, assim como seus olhos. Sua face agora, parecia mais pálida do que a de Natalia, tomada pelo medo.
-Mãe, ela não vai sair. – Laura se aproximava.
-Laura, fique ai! – Ela paralisou a filha – Eu tenho que ensinar uma lição para ela.
-Ensinar a que? A temer você? – Laura fechou os olhos demoradamente e, ao abri-los, estavam como os de sua mãe – Só por que ela não te temia antes, não quer dizer que agora vai conseguir alguma coisa. – Ela se aproximou da mulher. – Relaxe. – Ela soltou um sorriso e segurou a mão da mulher. Em questão de segundos, as duas estavam com suas aparências normais. Natalia, por outro lado, estava em choque completo.
“Isso não é um sonho, mas também não pode ser realidade. Ela não é uma pessoa, mas também não é um et. Eu tenho quase certeza de que não morri. Eu não morri! Eu não estou no inferno, no céu ou em qualquer lugar para o qual os mortos vão! Eu preciso me mecher. Mecha-se corpo inútil! Mecha-se agora!” Era inútil. O medo havia tomado conta de todo o seu corpo e ela não iria conseguir se mover tão cedo.
-Você acha que ela vai acordar quando? – A mulher suspirou para a filha.
-Eu estou com a impressão de que nunca... Mas nós prometemos naquela vez que isso não iria importar

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