sábado, 3 de setembro de 2011

Vou te telefonar

"São Paulo, 5:03 da manha, sinto a ferrugem. O telefone continua calado.
Chego em casa, tomo meu whisky, alimento mais a minha solidão. O gosto amargo insiste em permanecer no meu corpo. 
Corpo... Está nú. Gelado, com o peito ardendo. Gritando por socorro. Prestes a cair do décimo quarto andar.
A sacada é curta, o grito é inevitavel. Eu vou acordar o vizinho, eu vou riscar os corpos. Eu vou te telefonar e dizer que eu só preciso dormir."


-Ira

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