quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desapego

-Você naõ entende que naõ tem mais o direito disso?  - Grita uma das duas garotas.
-Aline, me dá essa garrafa. – Disse a outra, num tom mais baixo, mas com muita firmeza.
-Não! – Ela abre a garrafa de vodka e toma alguns goles longos – Você não tem o direito!
-Você ta jogando dois anos no lixo, Aline! Não ta vendo?
-Eu to jogando? – Ela ri – É melhor você dar outra olhada nos nossos papeis, Jéssica. – Agora, ela respondeu num tom sarcástico.
-Não vem brincar agora. – Ela se aproxima da garota, que era ligeiramente mais alta que ela – Você conseguiu ficar dois anos sem isso!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Como Pó Jogado ao Vento

Segunda Parte: Impossível de se viver sem
Já haviam passado duas semanas. Duas semanas desde que ele se foi, duas semanas desde que ela estava se sentindo daquela forma.
Ela estava, uma vez mais, parada no jardim do hospital completamente penetrada em seus pensamentos.
O que será que acontecera com Caio? Ele estava bem? Ele estaria bravo com ela?
Ela suspira e, automaticamente, leva a mão direita ao rosto. Ela continua ali, perdida em seu mundinho quando ouve um grande barulho. Ela volta para dentro do hospital e, avistando Sara, pergunta à mesma:
-Que ta acontecendo?
-Não sei direito...
-Mas o que é essa barulheira toda?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Como Pó jogado ao Vento

Primeira Parte: Difícil de se viver com

O dia estava tão calmo como outro qualquer. No hospital, por incrível que parecesse, também. Era mais que raro um dia como aquele.
Natalia se encontrava no jardim do hospital. A garota de cabelos castanhos e olhos tão claros quanto sua pele olhava para o céu azul enquanto mantinha seus pensamentos nas duas pessoas que lhe eram mais queridas.
Seus pensamentos foram cortados por uma voz masculina:
-Olá, “Natisinha”.
-O que você quer aqui?
-Que hostilidade... – Ele passou a mão no rosto da garota e aproximou seus lábios dos dela – Vai dizer que você não me quer mais?
-Cala a boca, idiota. – E ela o beijou.

*****

-Ai ai... – Bocejou Natalia ao entrar em casa.
-Oi amor! – Falou o moreno pouco antes de se aproximar para dar um selinho em sua amada.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Não Quero Dizer Adeus

A angustia de ver alguém importante morrer a seus pés e não conseguir fazer nada é, provavelmente, a maior dor que alguém pode sentir... Mais do que a dor física... Mais do que a própria morte...”

Os dois ainda se fitavam,estavam aproveitando o momento que passavam juntos e, mesmo que estivessem lutando, estariam lado a lado.
Derrotavam inimigo após inimigo, facilmente. Ambos eram ninjas talentosos.
Algum tempo depois, eles já começavam a ficar cansados. As lutas estavam mais demoradas, os socos mais fracos. Quando uma bola de puro chakra os acertou.

“Nós estavamos num encontro no carro do meu pai,
Não estava dirigindo muito rápido.
Na estrada, um pouco à frente,
Um carro estava parado, o motor havia afogado.”

Ele abriu os olhos, lentamente. Esperava se ver no céu, ou no inferno.
Sentiu a chuva tocar a sua pele e fazer arder um enorme corte em seu peito. Isso era prova de que ele ainda estava vivo.
Olhou a sua volta à procura de alguém. Levantou com dificuldades e cambaleou varias vezes. Depois andou mancando em qualquer direção, até que tropeçou em algo, fazendo-o ir de encontro ao chão.

“Eu não pude parar, então virei para a direita.
Eu nunca vou me esquecer dos sons daquela noite...
Os pneus cantando, os vidros quebrando,
O grito de dor que eu ouvi por ultimo.”

Quando olhou para trás à procura do que o causou a queda, ficou sem saber o que fazer. Em seu peito, uma angustia jamais sentida por ele. Em seus olhos, um olhar desamparado. Em sua face, lagrimas que nunca haviam caído antes...
Continuava a encarar o corpo daquela garota no chão. Não sabia o que fazer. Não sabia se chorava ou se erguia a cabeça e jurava uma outra vingança, talvez mais tola do que a anterior.
Manteve-se paralisado, não tinha certeza de seu próximo passo.

“Quando eu acordei, a chuva estava caindo
E havia pessoas por toda a minha volta.
Alguma coisa me avisou escorrendo por meus olhos
E, de alguma forma, eu encontrei meu amor naquela noite.”

De repente a garota tossiu e ele, automaticamente, abaixou-se para perto dela, ficando num silencio total. Estava tão feliz que não conseguia pronunciar nem, ao menos, uma palavra. Mas o que era todo aquele sentimento? Será que ele realmente gostava dessa garota, tanto assim?
Ela sorriu ao notar a presença dele. Queria se mexer para abraçá-lo, para beijá-lo. Mas não conseguia. A dor que estava sentindo era muito grande.

“Eu levantei sua cabeça, ela olhou para mim e disse:
Me abrace, querido, só um pouco.
Eu a abracei bem forte, a beijei –nosso ultimo beijo-,
Encontrei o amor que sabia que havia perdido.”

Ele ainda estava com aquele sorriso bobo estampado no rosto. Estava tão feliz por ela estar ali, com ele. Foi ai que ele percebeu o quanto ela era importante pra ele. Ela era a única que o completara e que o completaria pelo resto de suas vidas mas, de alguma forma, ele sabia que a perderia naquela noite... Perderia a coisa mais importante para ele: o amor de sua vida.
A garota sorriu para ele. Era um sorriso de Adeus. Ela também sabia que não duraria muito, então faria daquele “resto” eterno. Passaria seus últimos minutos ao lado daquele em que havia depositado seu amor desde a infância.

“Agora ela se foi.
Mesmo depois de eu tê-la abraçado forte.
Eu perdi meu amor, minha vida,
Naquela noite.”

-Lucas... – Ela murmurou com dificuldade – Me abraça.
Ele então notou que ela pressentia o mesmo que ele. Ele queria brigar com ela por pensar algo tão estúpido numa hora como aquela, mas ele também sabia que era verdade. E ele, simplesmente, não podia desperdiçar mais um mínimo segundo ao lado dela, nunca mais.
-Eu nunca vou te deixar. – Ele a abraça forte – Eu te amo, minha Luiza. Me desculpa por só dizer isso agora!
E eles ficaram assim, abraçados e em silencio por um bom tempo, até que ele notou que ela havia partido.
Ele fechou os olhos dela, e beijou seus lábios, já gélidos. Depois, ele a abraçou novamente e jurou que nada naquele mundo o separaria de sua amada, nada mesmo.

“Oh, onde meu amor pode estar?
Deus a levou para longe de mim.
Ela foi para o céu e agora eu tenho que ser bonzinho
Para que eu posso a ver quando eu sair deste mundo.”

Música: Last Kiss do Pearl Jam