terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Como Pó jogado ao Vento

Primeira Parte: Difícil de se viver com

O dia estava tão calmo como outro qualquer. No hospital, por incrível que parecesse, também. Era mais que raro um dia como aquele.
Natalia se encontrava no jardim do hospital. A garota de cabelos castanhos e olhos tão claros quanto sua pele olhava para o céu azul enquanto mantinha seus pensamentos nas duas pessoas que lhe eram mais queridas.
Seus pensamentos foram cortados por uma voz masculina:
-Olá, “Natisinha”.
-O que você quer aqui?
-Que hostilidade... – Ele passou a mão no rosto da garota e aproximou seus lábios dos dela – Vai dizer que você não me quer mais?
-Cala a boca, idiota. – E ela o beijou.

*****

-Ai ai... – Bocejou Natalia ao entrar em casa.
-Oi amor! – Falou o moreno pouco antes de se aproximar para dar um selinho em sua amada.
A garota não disse nada, apenas jogou sua bolsa no chão e, após o beijo que se tornou um pouco mais demorado, se jogou no sofá vermelho da sala.
-Então, como foi seu dia? – Ele senta-se no chão, de frente ao sofá.
-Por incrível que pareça, foi bem tranqüilo...
-Nossa, no hospital?
-Sim. Todo mundo de lá estava estranhando a situação!
-Eu imagino. – Ele ri – Atendeu alguém interessante hoje?
-Não... Foi um “porre”. Você sabe que eu odeio dias assim!
-Pois é. Mas tem gente que gosta.
-Tanto faz... – Ela se silenciou um pouco, depois procurou seu celular no bolso da calça.
-Não ta ai?
-Parece que não. Bom, deve estar na bolsa... Mas me diz uma coisa... – Ela chama a atenção dele – Como foi o seu dia?
-Foi um porre também!
-Nossa, por que?
-Eu tive um mooooooonte de coisas pra fazer!
-Mas isso é melhor do que não fazer nada!
-Não é não!
O local se silencia por alguns segundos.
Natalia levanta do sofá e vai atrás de sua bolsa.
-Você pegou ela, amor?
-Ela quem?
-Minha bolsa.
-Você tacou ela no chão, perto da porta.
-Verdade... – Ela deu uma risada pra disfarçar.
Caio levantou e foi em direção à garota. Abraçou-a por trás e disse em seu ouvido:
-Esquece esse celular... O que você acha d’agente ir pra cama mais cedo hoje?
-Sem problemas.
Ele continuou a abraçando daquele jeito enquanto vinham beijos seguidos de beijos. Logo, ele se desprendeu dela e a pegou no colo.
-Pronto, vamos pra cama, amor.
Ela sorriu. Ele foi até o quarto com ela em seus braços. Ao chegar no local, Caio a colocou sobre a cama, mantendo seu corpo sobre o dela.
Eles passaram a noite juntos.
No outro dia, logo de manhã, o humor entre o casal já não era o mesmo.
-Eu vou embora! – Disse a garota, nervosa.
-Como assim “você vai embora”? É pra você ficar aqui e me dizer quem é esse cara que não para de te mandar mensagens no celular!
Ela se manteve em silencio. Abriu a porta, mas ele a segurou pelo braço, a encarando de uma forma agressiva.
-Não me olhe assim! – Ela já tinha lágrimas em seus olhos.
-Ahh, então agora você vai chorar?? Anda, me diz!
-Talvez seja a mesma pessoa que você passa a noite quando não vem pra casa! – Ela já chorava rios, estava com os lábios pálidos.
Ele não soube mais o que dizer, estava chocado demais para isso.
-Agora você também não tem nada a dizer.
Ela voltou para dentro de casa e se sentou no sofá.
Ele continuou paralisado, ali.
Natalia levou seu olhar para onde ele estava, o encarando da mesma forma agressiva que antes ele fizera.
Ele trocou olhares com ela. Levantou, pegou a chave do carro e foi embora.
Ela se manteve em silencio, pegou um pouco de dinheiro e suas coisas do serviço, foi trabalhar.

*****

-Maaaas, mee diiiz looogooo ooo quee fooi queee acoonteeeceeeu!!! – Sara fazia um escândalo enorme no hospital.
-Eu não sei se você percebeu... – Natalia secava as lagrimas que ainda insistiam em cair de seus olhos – Mas agente ta em um HOSPITAL!
-É o que eu digo pra você, senhorita escandalosa. – Disse, dessa vez, em um tom mais baixo.
-Você quer mesmo saber o que ta acontecendo?
-Claro, pô!
-Então não é dessa forma que você deve me tratar, senhorita curiosa!
As duas se mantiveram em silencio, sem hesitar nos olhares agressivos que trocavam.
-Idiota. – Disseram em uníssono.
Passaram alguns minutos e elas ainda estavam ali, se encarando. Até que Sara disse:
-É algo sobre o Caio e o Marcos?
-De certa forma. – A garota murmurou olhando para o chão.
-Ah.
-Ah?
-Sinto muito sobre o que vou dizer... – Natalia olha para ela – Mas eu avisei.
-Eu sei.
-E agora?
-Como assim?
-O que pretende fazer?
-Não sei ainda...
Sara se aproxima da amiga e a abraça.
-Não se preocupa, eu vo tar aqui pra te ajudar, Naty.
-Obrigada.

Um comentário:

  1. resumindo o comentário enorme que eu ia fazer em uma palavra: DAHORA.

    uhahuauh' ia ser um comentário enorme mesmo.
    ;D

    simplesmente dahora, mesmo.



    http://panicopsicotico.blogspot.com/

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