sábado, 16 de abril de 2011

Amor, Amizade e Fogos de Artifício 3

Capitulo Três: Efeito
-Isso não é um motel.
-Não, mas tem quartos lá em cima. E o café da manha daqui é muito bom!
-Nossa, você nem mora pra cá e conhece mais do que eu...
-Minhas férias com meus irmãos é de barzinho pra barzinho. E aqui foi até um dia que tava todo mundo acompanhado.
-Até você? Tava com quem hein?
-Ah, lembra da Soares? – Ela faz que sim com a cabeça – Então, tava com ela e com a irmã dela.
-Nossa Juliana...
-O que?          
-Você falou de mim, mas também não mudou nada.
Elas pegaram duas garrafas, uma de vinho e outra de vodca e sentaram numas das mesas do lugar.
-Mas,sua vida então ta muito boa, né?
-Só por que tenho dinheiro? – Ela abre a garrafa de vodca, e enche dois copos - Carol, sabe aquela historia que dinheiro não traz felicidade? – A outra garota assentia – Então, quem disse isso não tinha idéia do que tava falando. – E ela ri.
-Nossa, eu pensei que você ia dizer que era verdade e tal.
-É um pouco, mas eu não sei o que seria de mim se não tivesse o que tenho... To mal acostumada.
-Tá mesmo.
-Ai, vou ao banheiro e ver um quarto pra gente, já volto.
-Hey, eu não vou dormir com você!
-Relaxa, agente só vai dividir a cama. Não vou abusar de você. – Ela ri sarcasticamente e some da vista de Carolina. Quando volta, não encontra a garota no lugar onde estavam, apenas as garrafas vazias.
Andou pelo lugar procurando a amiga e, sem sucesso, foi até o balcão do bar e perguntou para o barman. Ele apenas apontou para frente e, ao virar, viu uma cena que não sairia tão cedo de seus pensamentos: era ela mesma, Carolina Dutra, no meio da pista de dança e, obviamente dançando, como Juliana nunca havia visto alguém dançar antes; parecia que a luz azulada do local se concentrava nela, chamando mais ainda atenção para aquele corpo que se mexia perfeitamente com a musica, de forma hipnotizadora.
Juliana não conseguiu desgrudar os olhos de Carol e, por impulso, foi em sua direção e começou a dançar junto com ela. Em pouco tempo já havia enlaçado-a em seus braços, até que Carolina se desprendeu e enlaçou Juliana em seu ritmo mais rápido, mais sedutor. Em pouco tempo, seus corpos já estavam tão colados que uma podia sentir a respiração da outra se tornando mais ofegante a cada passo.
Carolina já não era mais aquela garotinha de antes, e Juliana podia sentir facilmente a malicia; a segunda intenção que aquela dança esbanjava. E sabia também que aquela noite seria sua chance de conquistá-la para sempre. Não querendo perder um minuto sequer, empurrou Carolina contra a parede e a beijou com toda a vontade contida nesses cinco anos.
A morena não esperava por isso. Suas ultimas ações estavam sendo totalmente lideradas pela quantidade de álcool que ingeriu e não sabia como reagir a aquele beijo. Estava, então, o aproveitando, pois acima de todas as suas forças, a do álcool era a mais forte.
Juliana desceu a mão esquerda para a cintura da garota e, com a outra mão, acariciava seu pescoço.Carolina não ficou para trás, suas duas mãos já estavam alojadas nos seios e na bunda da garota.
-Eu te amo. – Juliana murmurou entre um beijo e outro.
-O que você disse? – Carolina se afastou.
-Eu não disse nada. – E ela avançou para voltar a beijá-la.
-Não. – Ela vira o rosto – Você disse alguma coisa sim!
-É a musica, gata.
-Meu Deus...
Carolina se afasta mais de Juliana, a encara por alguns segundos e depois sai andando. Juliana suspira e começa a se perguntar como pode estragar uma noite maravilhosa daquelas daquela forma. Poderia, uma vez mais, ter se contido e ter tido uma noite maravilhosa com sua melhor amiga, que não via á anos.
Ela foi para o quarto que havia alugado e ficou deitada na cama, se deliciando com a lembrança do que acabara de acontecer e aproveitando a garrafa de campari que encontrou ali.
Então recebeu a seguinte mensagem no celular: “qual o quarto? Temos que conversar”. Respondeu apenas com o numero trinta e três. Sentou na cama e ficou encarando a porta, esperando a outra garota entrar.
Alguns minutos se passaram e alguém bateu na porta.
-Eu não tenho a chave. – Murmurou ela do outro lado da porta.
Juliana levantou, encostou a cabeça na porta e começou a falar num tom baixo, mas que a outra garota conseguisse ouvir.
-Me desculpa. – Eram raras as vezes que ela dizia essa frase. Suas desculpas eram sempre “foi mal” e “sinto muito” colocadas num tom sarcástico.
-Juh... – Carolina murmura, ficando em silencio a seguir. Nisso, Juliana abre a porta e ganha um abraço repentino da amiga seguido de uma força sobre-humana que a jogou na cama e começou a beijá-la.
-Carol, o que você ta fazendo? – Ela a afastou.
-Eu quero que você abuse de mim. – Disse da forma mais sedutora possível e jogou Juliana na cama novamente, beijando-a.
A loira não pode resistir ao pedido. Jogou seu corpo para cima do dela, segurou suas mãos e começou a acariciá-la com a língua.
-Hey, me solta. – A garota, obviamente embriagada, tentava a todo custo se soltar.
-Eu vou abusar de você, não o contrario.
E, então, a noite passou. Carolina acordou numa cama enorme, e com um mal estar absoluto. Perguntava-se sobre a besteira que, obviamente, fizera na noite passada. Ela se sentou na cama, e levou uma de suas mãos a cabeça, fechou os olhos, tentando se lembrar da noite passada. Ouviu, então, alguém entrar no quarto.
-Dormiu bem? – Ela cumprimenta a garota com um beijo na bochecha. Senta-se ao lado da garota e mostra a bandeja com a refeição – Quer?
-Juh... – Ela murmura desanimada.
-O que aconteceu? – Diz, preocupada. A outra se mantém em silencio, preocupando Juliana – Sério, o que você tem?
-Amnésia. – Ela fixa o olhar em suas mãos que, simplesmente, não conseguiam ficar paradas.
Juliana fica em silencio. Viu toda sua felicidade do dia ir embora, num piscar de olhos. Teve vontade de chorar, então decidiu ir embora. Colocou a bandeja com o café-da-manha na cama e levantou. Nisso, sentiu Carolina segurar sua mão.
-Aonde você vai? – Juliana não respondeu – É sério, não me deixa aqui.
-Você tem que parar de ser tão dependente das pessoas. – Ela pega numa ferida antiga na menina, que a solta. Juliana sabia que a única forma de sair dali sem ter uma longa conversa com a menina e, assim, acabar expondo seus sentimentos por ela, era machucando-a. – Clareia a sua mente, que eu vou fazer o mesmo. E depois agente se fala. – E ela sai pela porta.

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