domingo, 3 de abril de 2011

Amor, Amizade e Fogos de Artifício: Capitulo Dois

Capitulo dois: Noite daquelas
Passaram-se então dois meses e, finalmente, Juliana fez a ligação.
-Alô? – Disse uma voz trêmula.
-A Carolina Montenegro está?
-Quem fala?
-É a Juliana Dutra...
-Juh? Sou eu. – A voz se animou um pouco.
-Que acontece ai? Sua voz ta chorosa...
-Ah, aonde você ta?
-Nossa, adoro quando me respondem com uma pergunta nada a ver...
-Não quero falar pelo telefone, e também não quero ficar sozinha...
-Ah, foi mal... – A outra fica em silencio, então ela continua - Você lembra daquela praça que agente virava a noite quando eu ia pra sua casa?
-Lógico que lembro.
-Vai pra ela, que em trinta minutos eu to lá.
E ela foi, e se passaram trinta, quarenta, cinqüenta minutos e nada da Juliana aparecer. Ela respirou fundo e coçou o olho que ardia devido ao tanto que havia chorado. Sentou num dos bancos do lugar e começou a lembrar de vários momentos em que elas viveram ali e notou, também, que já havia se passado um bom tempo, pois o lugar estava bem mais acabado do que já era, na época.
-Carolina, desembucha já o que você tem. – Disse Juliana, animada, enquanto saia do carro e vinha na direção da amiga.
-Você não quer ir pra outro lugar? Aqui é meio perigoso...
-Ah, tudo bem... Vamos pra sua casa?
-Não, meus pais estão lá... Não dá pra ir pra sua?
-É meio longe, sabe?
-Aonde você ta dormindo?
-Ah, eu fico na casa dos meus irmãos, na dos meus pais... Depende do dia, do humor. – Ela deu uma parada, e viu que a garota desanimou – Mas agente pode jantar em algum lugar porque, eu não sei você, mas eu estou morrendo de fome! Ai agente conversa no restaurante mesmo, o que acha?
-Tudo bem.Aonde vamos? – Ela abre um sorriso forçado.
-Pra qualquer lugar que você não precise dar esse sorriso forçado. – Ela encara a garota. – Entra no carro, e vamos pra qualquer lugar.
E foi o que fizeram. Levaram mais de uma hora pra encontrar um lugar pra comer.
Chegando no local, fizeram o pedido da comida e, notando que Carolina se mantinha em silencio, Juliana puxou assunto:
-Então, você ta noiva né? – A outra garota leva o olhar para baixo.
-Estava. – Murmura.
-Ah... – Ela segura a mão da garota, que estava em cima da mesa – Sinto muito, como rolou isso?
-Ele me traiu... – Juliana fica em silencio, então ela continua – É o Feh.
-Felipe? O gordinho?
-Não, o Fernando Soares, loirinho.
-NOOOOOOOOSSA! Você ta de brincadeira comigo, né?
-Não, não to. - Juliana fica, realmente, brava consigo mesma. Começa a pensar que se um idiota daqueles conseguiu “fisgar” o coração de Carol, como ela não? – Poxa, só porque ele é bonitinho, né?
-Bonito ele podia até ser, mas era muito chato! Eu lembro que ele te tirava do sério todo dia!
O garçom chega com a comida. Juliana começa sua refeição, e se mantêm em silencio. Carolina observa a amiga, e, ao passar uma idéia em sua cabeça, bate na mesa e diz bem alto, surpresa:
-VOCÊ GOSTAVA DELE!
-O QUÊ?
-Ah eu sempre soube, sua safadinha.
-Porra Montenegro! Você até acabou com meu apetite depois dessa. – Ela joga os talheres sobre o prato cheio de comida.
-Não acredito que você nunca me contou isso.
-Eu não gostava dele!
-Eu sabia que você gostava dele, sempre virava a cara quando ele vinha me abraçar. – Nesse momento, Juliana fica vermelha. – AHA!
-O que agora? – Diz, meio sem graça.
-Você ficou vermelha.
-Será que dá pra fingir que ta triste pelo seu possível casamento ter acabado?
-Ah, eu não ligo muito não. É até engraçado, se for ver!
-Carolina Montenegro, você não mudou nada. – Ela encosta-se à cadeira e solta um suspiro. Depois, muda de assunto – Acho que, em um ano, esse é um dos meus melhores momentos.
-Posso dizer o mesmo.
Elas voltam para a refeição e, alguns minutos depois, já estavam de volta ao carro.
-O que fazer da vida agora? – Murmurou Carol.
-Eu sabia que você tava pensando nisso ainda.
-Ah, lógico... Eu acho que não cheguei a amar ele e tal, mas você sempre se apega, se acostuma com a pessoa ali, cuidando de você e tal.
-Tô ligada. Vira um vicio você e aquela pessoa, e, mesmo ela não sendo a dos seus sonhos, você se machuca só de pensar na ausência dela. – Ela da uma pausa, pois falava de seu ultimo relacionamento e voltou, assim, o assunto para Carolina – Você não me disse por que brigaram...
-Ele me traia e me trocou pela outra garota.
-Nossa...
-É.
Elas ficaram em silencio. Juliana, então, foi para o banco de trás do carro, puxou o banco onde Carol estava para trás e debruço-se sobre ela, a abraçando. Elas ficaram um bom tempo assim, até que ouviram alguém batendo no vidro do carro.
-O que é? – Disse Juliana abrindo o vidro.
-Meu chefe me mandou aqui e está oferecendo isso – Ele mostra um bolo de dinheiro – Para vocês saírem daqui.
-E por que deveríamos? – O tom de Juliana era ameaçador.
-Nosso restaurante é um lugar aonde vem famílias, e homossexualismo por aqui suja o nosso nome. Então, por favor, peguem esse dinheiro e vão embora.
Juliana e Carolina se entreolharam, e começaram a rir. Juliana então sai do carro.
-Eu quero que você pegue esse bolo de dinheiro e enfie no meio do rabo do seu chefe preconceituoso. – Ela entra no carro, e liga o mesmo.
-E, só pra você ficar sabendo, nós não somos namoradas ou coisa do tipo! – E elas saem dali antes que o homem pudesse pensar numa resposta.
-Pra onde vamos agora?
-Ta vendo aquele motel ali? Então, gata, vamos lá pra mim te dar uns pegas. – A garota ri alto.
-Ah, então vamos!
E elas entraram no lugar, e foram direto para o bar.

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