sábado, 26 de março de 2011

Nova Historia 6

Capitulo Seis: Pense bem

Natalia já havia ido há muitos lugares lindos, mas nunca pensou que encontraria uma paisagem como aquela. Subiu a ladeira, ofegante, e se jogou em cima dos milhares dente-de-leão que haviam ali, fazendo subir vários pedaços brancos deles.
Ela derreteu por dentro, fechou os olhos e se deliciou com aquilo. Se sentia muito bem em estar ali.
Passado algum tempo, ela se levantou e se deparou com uma paisagem mais linda ainda: estava na extremidade de um penhasco e, logo embaixo dele, havia um mar aberto seguido da luminosidade da uma gigantesca lua-cheia. O reflexo na lua no mar, as cachoeiras que demarcavam as extremidades do penhasco... Tudo parecia ter sido colocado ali apenas para que Natalia os visse, naquele momento.
-Tudo bem ai? – Era um garoto. Ele acenou de longe e foi se aproximando dela.
-Quem é você?
-Você é sempre tão na defensiva assim?
-E se eu for?
-Bom, então pare. – Ele se sentou a alguns centímetros dela – Eu sou o Danilo. – Ele estende a mão para ela com um sorriso no rosto. Antes que ela respondesse alguma coisa, ele arregala os olhos – Patrícia?!
-Não. – Ela demora alguns segundos para lembrar sobre a historia que Laura e Blair haviam contado. – Me chamo Natalia.
-Ah, me desculpe! – Ele fica envergonhado – Deve ser a má iluminação do lugar... Me fez lembrar de uma velha amiga... O que faz por aqui?
-Não sei.
-Está perdida?
-Creio que não. Alguma coisa me diz que esse lugar é... Bom.
-Isso eu entendo. – Natalia fica em silencio, esperando que ele continuasse – Antigamente, eu vinha aqui com alguns amigos...
-Essa tal de Patrícia que você falou? – A curiosidade sobre a sua, suposta, vida passada a intrigava um pouco.
-Sim... Ela e a Camila. Era divertido.
-Você e duas garotas?
-Não leve a mal, mas eu me dava muito bem com elas.
-Então, por que não estão os três aqui?
-Destino, eu acho. – Ele pareceu distante ao completar – Destino que tirou uma, e depois a segunda de perto de mim.
Natalia ficou sem saber o que dizer, então voltou a apreciar a paisagem a sua frente. Depois de um bom tempo, o garoto volta a se pronunciar:
-De onde você é?
-De bem longe daqui. E você?
-Não tão longe. – Ele pareceu decepcionado pela frieza que a garota o respondeu. – Então não conhece nada por aqui?
-Nadinha mesmo...
-E tem lugar pra dormir? – A ingenuidade de Natalia ao pensar em dormir ali pareceu tão ridícula a aquele ponto, que ela corou com a pergunta dele. Fez que não com a cabeça e se encolheu, enquanto o garoto riu dela – Imagino que não... Bom, sempre há camas vagas em minha casa! Se quiser...
-Eu acho que não... – Ela olha para ele, e dá um sorriso breve – Eu nem te conheço...
-Ah, relaxe. Não incomodaria, de qualquer maneira. E, alem do mais, eu sou um cavalheiro e não poderei permitir que uma dama durma num lugar como esses.
-Mas aqui é lindo.
-E perigoso.
-Não é não... Não vejo perigo nesse mar, nessa luz da lua.
-Estamos em meio a nada, Natalia. Quando sentirem nosso cheiro, se é que já não o fizeram, os monstros vão vir atrás de nós.
-Monstros? – Ela ri – Ta achando que eu tenho quantos anos?
-Idade o bastante pra saber se proteger, lógico... Desculpe minha idiotice. – Ele parecia, realmente, sério com a frase – Mas, mesmo assim, não acha mais seguro dormir em outro lugar? Eles podem te atacar quando estiver desprevenida.
-Você ta falando sério, né? – Ele a olha com duvida – Okay, aonde é essa sua casa tão da hora?
-Não é um relógio, é grande... – Ele aumenta a duvida no olhar – Sério, de onde você é?
-De longe, já disse.
-Longe quanto? – Ele levanta e Natalia vê uma espada presa à sua cintura – Me responda logo e concretamente antes que eu a leve a bastilha!
-Bastilha?! Você ta louco? – Ele retira a espada da bainha e coloca contra ela.
-Me responda em três, dois...
-Okay, okay! Pare de surtar! – Ela também se levanta, mostrando-se consideravelmente mais baixa do que ele – Eu não sei direito de onde eu sou. Dali, eu acho! – Ela aponta para o caminho que havia subido.
-Você só pode estar de brincadeira... – Ele entra em posição de ataque. – Me desculpe, mas eu tenho que fazer isso em nome da minha nação!
Ele avança para cima da garota, e bate com a parte de trás da espada na nuca dela, deixando-a inconsciente.

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